13 junho 2007

O Poeta

Hoje é um dia daqueles ... feriado em Lisboa, faz anos que partiram: Álvaro Cunhal e António Variações.

Este dia estava designado a ser imponente nas recordações que em si encerra. Hoje foi o dia em que nasceu O poeta, Fernado Pessoa.

Único, talentoso, singular, na sua diversidade multifacetada. “Multipliquei-me, para me sentir. Para me sentir, precisei sentir tudo, Transbordei, não fiz senão extravasar-me, Despi-me,
entreguei-me, E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente
”. Ao todo são contabilizados 72 heterônimos, entre os quais:

Chevalier de Pas (aos 6 anos), Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alexander Search, Charles James Search, Robert Annon, David Merrick, Jean Seul de Méluret, António Seabra, Frederico Reis, Diniz da Silva, Thomas Crosse, I.I. Crosse, A.A. Crosse, F. Antunes, Frederick Wyatt, Walter Wyatt, Alfred Wyatt, Barão de Teive, Bernardo Soares, Maria José ...

Sobre Fernando Pessoa, o Nobel de Literatura Octavio Paz diz que "os poetas não têm biografia. Sua obra é sua biografia" e que, no caso do poeta português, "nada em sua vida é surpreendente — nada, exceto seus poemas, de modo que recordar os factos mais importantes da sua vida é recordar os passos de uma sombra". Que mais há a dizer? Um talento puro, nato, daqueles que nunca vão morrer, pois ele não era um amontoado de células, ele era poesia!

Fernando António Nogueira Pessoa - (1888 - Eternidade)

Para saber mais aqui e acolá

5 comentários:

O Adamastor disse...

Como meu poeta preferido faço uma valente vénia ao escrito, ao dia, aos Homens que este dia consagrou para a história.
E relembro uma de muitas de Pessoa:

"Sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura!"

Palavras para quê, o homem há-de ser sempre grande

Sea Spirit disse...

Um génio, com uma obra sem comparação!

Uma citação deveras conhecida, mas aqui fica relembrando também Fernando Pessoa:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

Sea Spirit disse...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos

Crazzykaatze disse...

Bem isto aqui é muito profundo pra mim..vou pro outro post a ver se há algo em que possa comentar...lol

Anónimo disse...

tudo o que se possa dizer de Fernando Pessoa já está dito. É eterno, intemporal e genial.

Quando sa sua eminência, esteve fora um dia em estágio. Vai voltar hoje para te fazer concorrência. Depois vês e não reclames.

Abraço