11 outubro 2007

Exercicio 2 - Somos pessoas ou micromercados?

Vamos chegando a algumas ideias, alguns consensos, por exemplo já sabemos que as bolachas do Mini Preço são melhores que as Oreo.

Depois no intrevalo apareceram os Idiotas, para descontrair.
Surgiram também pontos interessantes. Da última vez partimos das palavras da poética pianista, agora vamos plagiar o cientifico Adamastor:

" ... a população vai estando cada vez mais conhecedora das técnicas de marketing o que coloca um certo desafio ao publicitários." ( só trocava publicitários por marketeers )

Os consumidores vão ganhando anti-corpos relativamente ás acções de Marketing. Aí está o ponto do Adamastor, é necessário apostar na criatividade, para criar não apenas novas comunicações, mas também novas formas de comunicar.

Para o Marketing o recurso mais escasso é a atenção do cliente. Para tal a informação pessoal é puro ouro ... informação que vamos cedendo, e permitindo que o Marketing entre com pés de lã nas nossas vidas, sendo cada vez mais invasivo ...

Fica a questão, ao cedermos os nossos dados, estamos a permitir que nos prestem um melhor serviço ou estaremos a vender a nossa identidade???

O que pensam disto ...

3 comentários:

O Director Criativo disse...

Estamos a vender a nossa identidade para que nos prestem um melhor serviço.

Não há "ou" a meu ver.

Vendo bem a coisa, também não há verdadeiramente "um serviço" (no verdadeiro sentido da palavra) na publicidade (tirando alguns casos). O principal objectivo da publicidade de produto (aquela que se está a falar aqui - julgo eu) é enganar-nos. É levar-nos a comprar o produto X invés do produto Y. É meter-nos na cabeça que afinal a LCasiteis (ou lá como se escreve) são essenciais num iogurte. Ou que a jojoba faz falta num amaciador.

Se no presente já somos "enganados", é fácil de perceber que num futuro próximo (onde todas as nossas compras/gostos/etc estarão indexadas) seremos "presas" fáceis. Passaremos a ver apenas publicidade de produtos/marcas que provavelmente nos interessam.

Imaginem a coisa assim:

Deixaram de fumar, mas todos os dias têm pessoas a dizerem "não queres um cigarro ?". Provavelmente a maioria de vós iria mais tarde ou mais cedo pegar num cigarro.

Basicamente é isso que vai acontecer num futuro próximo. Estaremos constantemente a ser assediados com coisas que nos interessam e nos despertam interesse. Seremos capazes de resistir ? com o tempo sim.

O "melhor serviço" acontecerá de facto, mas da parte de quem nos traz a publicidade.

O bom disto tudo, é que daqui a uns anos deixarei de ver anúncios da Planta :)

Cumrpimentos

Great Houdini disse...

Caro Director é uma honra telo por aqui, principalmente acompanhado desta intervenção tão interessante.

Claramente estamos a vender a nossa identidade e acho que nem sequer por um bom preço.

As vendas cruzadas, a nálise dos nossos dados vai ser uma realidade para as publicidades que vamos receber, como faz a Amazon.

Realmente com o tempo tornaremonos imunes a estas publicidades mais sedutoras, mas a que preço? Pois como disse o Adamastor a criatividade não têm limites, depois irá surgir outros tipos de publicidade mais agressivos.

O canal vai fica entupido e sugirá outro, e depois vamos ter que pagar o preço por nos ter vendido, como pagamos, ao ter: revistas só com anuncios, programas nos intervalos das publicidades, caixas de correio com uma resma de publicidade por dia, convites para reuniões em hotéis dia sim dia não, séries de televisão usadas para mostrar os produtos em uso, bermas das estradas com mais cartazes que árvores, recebermos mais Spam que mails decentes.

isabel mendes ferreira disse...

....só é vendável o que comprável...

logo resta a vontade lúcida de não ceder. pelo menos sempre.


bom fim de semana.

extensível ao "mar"...claro...
claríssimo.

:)

beijo.