Antes e Depois do Katrina!
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foto retirada do arquivo do Jumento
"Só é realmente nosso, o que não podemos perder numa tempestade" o Katrina veio mostrar que o que é realmente nosso, é muito pouco!
O ser humano para sobreviver, desenvolveu uma capacidade de esquecimento impressionante, mas as consequências continuarão a ecoar, nas pequenas coisas por muito tempo.
Em tempos defendi que todos nós deviámos ir a um funeral, uma vez por mês, para por a vida em perspectiva e adormecer essa capacidade estranha mas necessária que é o esquecimento.
Talvez se dedicássemos 15 minutos por dia a pensar, na fragilidade e sentido de ser humano, talvez assim a vida fosse vivida mais sofregamente ...
5 comentários:
Great compreendo :-)
Cair no sofrimento, angústia ou desespero não mudaria nada.
O esquecimento (talvez não seja bem o termo) é a necessária capacidade e forma que o ser humano encontrou para seguir a vida em frente perante adversidades da vida, muitas vezes incompreensiveis!
Sim Sea o ser humano precisa desse mecanismo para sobreviver, mas por vezes penso que se pode tornar contra-producente.
É necessário para a sobrevivência, mas às vezes torna-nos umas bestas!
Caro Great Houdini
Agora, sou eu que vou ao “ginásio mental”!
A vida é fustigada por muitas tempestades, a nossa e a dos outros. Tempestades que provocam danos materiais muitas vezes irrecuperáveis, mas tempestades causadoras de sofrimento e de dor, associados normalmente à perda e à incerteza do futuro.
É evidente que as pessoas têm sensibilidades diferentes, diferentes formas de reagir e encarar as dificuldades, as suas e as dos outros.
As tempestades da vida causam a maior parte das vezes fortes e variadas emoções, mas não roubam necessariamente os sentimentos nobres e as atitudes humanas que fazem do homem um ser com dimensão espiritual. Esta dimensão quando forte e bem enraizada não se perde nas tempestades.
Esta é a dimensão importante e que as tempestades da vida podem ajudar a reforçar, contribuindo para sermos melhores, connosco próprios e com os outros.
O que é realmente nosso, que está dentro de nós, pode ser muito!
É verdade que as grandes catástrofes nos impressionam muitíssimo e intensamente durante um certo tempo. Essa intensidade tende a diminuir com o tempo. O tempo ajuda a "esquecer" a intensidade, mas a memória fica marcada.
Estaremos mais preparados para encarar as tempestades antes de acontecerem e ainda que não aconteçam se formos capazes de na nossa vida – todos os dias – actuarmos com rectidão, verdade, atenção, generosidade, compreensão, bondade e espírito de entreajuda para com aqueles que nos estão mais próximos e mais ao nosso alcance.
Penso que estaremos assim mais preparados para deixar que o tempo "leve" a intensidade das emoções, sem esquecer a essência dos acontecimentos que causam sofrimento e compreendendo o significado da perda.
Portanto, o esquecimento não é necessariamente sinónimo de insensibilidade, de indiferença ou de ingratidão,...
Concluo completando a reflexão "Só é realmente nosso, o que não podemos perder numa tempestade", dizendo que: o que é nosso é muito mais do que aquilo que a tempestade pode levar.
Que belo exercicio neste humilde ginásio.
Adorei o fim, diz a mesma coisa mas com muita mais força, e mudando o referencial passamos de um frase cujo cerne é a perda, para outra que é muito mais positiva.
Great comment
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