08 junho 2007

A primeira manifestação de democracia!


Decidi escrever estas palavras porque há situações às quais não somos indiferentes e esta é uma delas.
A situação vivida pela professora é uma história triste, triste demais.
Noutros tempos eram reformas antecipadas, reformas por não se querer fazer nenhum, reformas compulsivas a uma "certa gente", para não dizer outra coisa, as quais atingiam nalguns casos, segundo a OCDE, os 113%!!! Ou seja bom bom era ser reformado, e é para alguns tachistas que o nosso país governa. É como um certo ditado que podia e devia dizer: Um tachista sustenta o outro (versão adaptada). Com as novas contas passamos de 113% para 70%. O nosso sistema chama-se democracia, certo? Hmmm... peço desculpa mas às vezes uma pessoa esquece-se...

Triste país quando uma professora chega ao ponto que chegou. Triste país quando uma mãe, por revolta e desespero mergulha do espichel abaixo porque este país não garante condições à sua filha deficiente desde o nascimento.

Revolta? Bom já não sei que diga. No entanto há um episódio social que não me esqueço e que nestas situações relembro de modo muito peculiar. Recebi uma educação que considero irrepreensível e no dia que o militante do PS, Francisco de Assis, foi a Felgueiras e levou um "aperto" considerei que tinha assistido a um acto profundamento imoral e anti-democrático. Hoje penso diferente. Penso aliás que foi, provavelmente, o primeiro acto democrático (fora a banalidade das eleições) que assiti nestes meus verdes anos. Aquele aperto recolocou o poder de decisão nas mãos do povo. Não digo que estou de acordo com esse tipo de resolução de conflitos, nem que aquela gente seja a fina flor ou exemplo para todos nós, mas mostraram que às vezes o respeito ganha-se de novo por essa via. Foi como se aquela situação equilibrasse de novo a balança democrática.

É triste isto que escrevi, mas mais triste é ler os casos que dia após dia surgem e que resultam duma incapacidade incrível, intolerante e repugnante dos que se dizem governo de governar. Não acham?

4 comentários:

Sea Spirit disse...

O adamastor mostra toda a sua fúria...

:-)

Great Houdini disse...

"às vezes o respeito ganha-se de novo por essa via"

Realmente a democracia não é um sistema perfeito, nem sei se será um bom sistema, quanto muito talvez o menos mau, mas daí a acreditar que a justiça popular encerre em si qualquer tipo de virtuosismo, vai uma longa caminhada.

Para lançar a discussão, acho que o poder não deve estar no povo, não está preparado para tal. Acho que isso ficou provado em portugal como o pós 25 de Abril.

O Adamastor disse...

Ok aceito o despique :)

Não digo, e quem me conhece sabe bem, que as curas para estes males são as tareias, mas também quem me conhece sabe que a honestidade e o profissionalismo estão sempre presentes.
O que digo é que o nosso acto de votar não faz com que, na maior parte dos casos, pessoas de nível tomem as rédeas do país. O povo português desliga-se da sua participação social e politica mas isso não deveria fazer com que fossêmos mal governados.
Sendo que os políticos demonstram numa casmurrice imcompreensível que não têm capacidade para fazer melhor e anoS apóS anoS! Então no dia que tiverem receio de serem retalizados talvez a nossa existência ganhe significado. O 25 de Abril foi uma prova não de "power to the people" mas sim de que o povo tem força para mudar as coisas. O que é triste, disse-o e repito, é que tenha que se chegar a estes extremos e que quem está no alto lugar de decisão não consiga ver as coisas mais além, de melhor maneira.

Great Houdini disse...

Realmente o votarnão é garante que as pessoas de nível governem, mas a justiça do povo também não tem grande nível.

Claro que os politicos não deviam ser uma classe imune, deviam existir consequências.

Compreendo e em parte concordo com o teu ponto de vista, mas ve também que no 25 de Abril não havia dúvidas o Estado Novo era uma m.... e o que acontece em situações mais dúbias? e o povo é fácilmente influenciável.

Não te esqueças, que o povo por exemplo em Felgueiras, votou em massa e escolheu em massa.

O povo para ser sábio precisa de ter informação de fontes decentes. Penso qe o segredo da sabedoria popular é deixar o sistema funcionar, sem cunhas, sem jogos de interesse. Cada um de nós estar numa função em que seja produtivo.

Isso é possível com a classe politica, temos é de educar as gerações vindouras e n deixar que o sistema as vicie.