07 junho 2007

Anãs Brancas



Antes de mais, um abraço a quem me abriu, gentilmente, a porta desta sua "casa". Vou tentar escrever pouco para que nenhum vizinho venha reclamar do "barulho". Para me inaugurar vou buscar uma curiosidade da minha "arte" - Anãs Brancas.
Uma anã branca é o remanescente de uma explosão nuclear de uma gigante vermelha. A explosão resulta da impossíbilidade de prosseguir o processo nuclear de queima dos elementos, normal nas estrelas. Ao atingir um núcleo composto essencialmente por carbono e oxigénio, verifica-se o colapso da gigante vermelha da qual resulta uma nebulosa planetária (com aquelas cores magníficas) e o objecto deste post, uma anã branca.
Uma anã branca não é mais do que o núcleo remanescente de uma estrela que devido às suas características físicas, nomeadamente a sua massa, não teve capacidade de prosseguir a queima dos seguintes elementos.

Dados curiosos:

98% de todas as estrelas, incluindo o Sol, evoluem até à fase de anã branca. O núcleo de uma anã branca pode atingir os 150 000 graus kelvin e pode ser sete mil vezes mais luminoso do que o Sol. Devido a não efectuar qualquer tipo de queima nuclear, a anã branca está condenada ao arrefecimento progressivo. Uma anã branca pode ter facilmente um tamanho algumas vezes superior ao da Terra e é dos corpos celestes mais densos que se conhece (109 kg/m3) sendo que uma colher de chá de matéria de uma anã branca é o equivalente a 23 elefantes maduros empilhados uns nos outros.
A primeira anã branca foi descoberta em 1844 por Friedrich Bessel e denomina-se de Sirius B. Encontra-se presente no sistema de Sirius, sendo companheira num sistema binário da estrela alpha do Cão Maior da constelação de Sirius. Na imagem anterior é possível identificar a nebulosa resultante da explosão bem como a anã branca no centro do sistema.

Bem hajam e "get scienced"



9 comentários:

Sea Spirit disse...

Caro adamastor,

É com imenso gosto que te recebemos nesta humilde casa :)
Sê bem-vindo!

Bem, citando o especialista: minha "arte" - Anãs Brancas, poderíamos divagar sobre uma parafrenália de temas…

Mas, cingindo-me ao tema do post, muito interessante por sinal, ficou-me uma dúvida, as estrelas que conhecemos como tal estão em processo de evolução para anãs brancas? Então alguma já deve ter terminado esse processo. A partir desse momento deixam de ser visíveis para o comum mortal? É que nunca ouvi falar desta espécie…

Peço desculpa do meu desconhecimento na matéria, é que não se trata da minha “arte”.

:-)

Um abraço

O Adamastor disse...

Olá Sea Spirit

Vamos tentar dissipar a dúvida. As estrelas definem o seu percurso com a sua massa, isto é, dependendo do valor da massa assim elas fazem um certo percurso evolutivo. Sendo que muitas têm uma massa inferior a 10 vezes a massa do Sol a sua evolução acabará por ser a descrita no post, terminando numa anã branca. Mas as estrelas podem dar origem a anãs castanhas que podes pensar como uma estrela "falida", isto é, não tem capacidade de queimar sequer o hidrogénio, que é o 1º elemento a ser queimado. Pode dar origem a estrelas de neutrões ou os conhecidos buracos negros. Estes últimos casos resultam de estrelas supermassivas, massas superior a 10xMsol. Existe ainda outra que é a anã preta. Resulta do arrefecimento completo das anã brancas, mas devido à idade do universo, ainda não foi possível ver nenhuma. Algo que complicará também a sua observação é que elas não emitirão qualquer radiação, dificultando a tarefa dos telescópios que captam radiações de fundo e os que conseguem observar mais longe.

Espero que tenha respondido à tua questão. Se assim não for... olha pergunta de novo :D

Fica bem

Anónimo disse...

Gostava de dar só uma achega (e não um tabefe), em jeito de curiosidade, uma vez que é a curiosidade que move o ser humano.
Por falar em estrelas anãs, foi recentemente descoberto por uma equipa de astronomos europeus (hahaha americanos embrulhem lá esta!) o primeiro planeta extra-solar semelhante à terra podendo conter agua em estado liquido à superficie, em orbita de... precisamente uma estrela anã vermelha ;). Tem 5 vezes a massa da terra e as temperaturas superficiais variam entre os 0 e os 40 graus celsius, mais ameno que as novas temperaturas de aquecimento global :)) o que abre intrigantes possibilidades relativamente à existencia de vida.

O Adamastor disse...

Hello "Xano"

Bom na realidade nã conhecia as anãs vermelhas, mas pelo que li mesmo agora na net, as anãs vermelhas são
"astros que estão em decadência, entre os estágios de anã branca e anã castanha, ou seja, o astro vai perdendo aos poucos a capacidade de fundir o Hidrogênio em Hélio encontrado em seu núcleo."
O que me leva a dizer duas coisas:
1.º se todos as etapas das anãs ganharem uma "cor" não haverá cores suficientes :P Ela foi classificada de vermelha porque terá a ver com a quantidade de radiação que a mesma ainda tem capacidade de irradiar (neste caso bem menor que uma anã branca).
2.º Mesmo que tenha condições de temperatura ideais, elas serão passageiras, a nível astronómico claro.

De qualquer modo não conhecia, obrigadinho. Forte abraço

Sea Spirit disse...

Bem, nunca pensei que houvesse tantas estrelas anãs nem de tantas cores diferentes...enfim, astrónomos!!

Segundo o Alex: "o primeiro planeta extra-solar semelhante à terra podendo conter agua em estado liquido à superficie, em orbita de... precisamente uma estrela anã vermelha"


Posso concluir que um planeta, como por exemplo a terra, pode ter tido origem numa estrela??

Segundo o adamastor: anãs vermelhas são "astros que estão em decadência, entre os estágios de anã branca e anã castanha.

Posso concluir então que aterra poderá ter sido uma anã vermelha e evoluirá para uma castanha???

Curioso...

Desculpem lá as divagações, é que isto é muito confuso para mim...eheh

:-) Um abraço

Great Houdini disse...

Muito positivo esta discussão, meus srs é assim que o ser humano evolui, através da troca de conhecimento.

Como diria Newton, só subindo aos ombros dos gigantes pude ver mais longe que eles. Estou a tentar manter as fontes cientificas =)

Quanto à cor vermelha ser utilizada, para catalogar uma anã em decadência, leva-me a crer que há por aí uns astronomos sportinguistas =)

Sea decidiu sair dos seus interesses maritimos e passou para o céu.Cá para mim ela como gosta de ver os astronomos a falar decidiu lançar a confusão ... digo eu!

Pelo pouco sei, a influência das estrelas na constituição de planetas deve-se quanto muito à influência da sua gravidade.

Mas esperemos vozes mais sábias ...

Great Houdini disse...

Mas eu confesso que sou mais dado às estrelas do mar!

Anónimo disse...

Estava a ver se "o adamastor" se chegava à frente, uma vez que é ele o especialista, eu sou apenas uma "aficionado" na materia.
Meti a colher e semeei a confusao ;) bem, vou tentar dissipar duvidas em campos que nao são os meus, por isso não confiem muito no que digo, mas o "adamastor" depois que me corrija.

"Posso concluir que um planeta, como por exemplo a terra, pode ter tido origem numa estrela??"

Correcto e afirmativo ;) Tudo o que existe no universo tem origem nas estrelas (sim é verdade nós tambem) porque tudo é constituido por materias provenientes delas.

"Posso concluir então que aterra poderá ter sido uma anã vermelha e evoluirá para uma castanha???"

Penso que não. O ciclo de vida de uma estrela passa por uma inicial aglomeração de materia ate que a densidade se torna tao elevada que dá origem a uma reacção nuclear, que passa a ser continua da qual a estrela consome principalmente o hidrogenio nela presente. quando esse combustivel está nos finalmentes, a estrela entra em
decadencia, "incha" tornando-se gigante, e colapsa posteriormente sobre a sua propria gravidade, podendo apenas perder só as camadas exteriores, dando origem às tais estrelas anãs, ou tornar-se em objectos mais radicais e exoticos como pulsares ou buracos negros. o que normalmente acontece, é acabar por explodir (super nova), e todo o
material que tinha dentro dela é expelido para o espaço. As ondas de choque da explosao, vão por sua vez empurrando pedaços desse material, fazendo-os rodar e rodipiar ate formarem outras esferas de gas que se tornam densas o suficiente para dar caminho a uma nova estrela.
A terra resulta de pedaços que restam da explosao que formou o nosso sol. rodopiando sob a sua gravidade chocaram uns com os outros formando um "pedaço" ainda maior, até assumir a forma que tem agora: redonda, azul e nebulosa :)

Tal como na natureza, a morte traz vida.

O Adamastor disse...

Touché, alex!

A teoria diz isso mesmo. Toda a matéria provém do da singularidade espaço-tempo primordial :P

A que não estava presente aquando do Big-Bang formou-se no "fornos" do universo que são as estrelas.

Ninguém conseguirá saber ao certo onde estiveram os átomos que nos formam antes da nossa existência, mas uma coisa é certa, vêm todos do mesmo sítio.

Artigos destes é que se querem!
ABraços a todos